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Organizações se mobilizam contra a poluição por plástico no “Dia Mundial da Limpeza”

Rio de Janeiro, 15/9/2023

Por Redação GBNEWS

Foto: Ricardo Gomes/IMU

"Brasil polui o oceano com 325 milhões de lixo plástico todo ano: é preciso fechar a torneira da produção de plástico descartável"


Mais de vinte mobilizações de limpezas de praia serão realizadas por organizações que integram a campanha Pare o Tsunami de Plástico neste sábado (16), quando se comemora o “Dia Mundial da Limpeza”. Considerado o maior evento ambiental do planeta, este movimento tem agregado milhões de pessoas em ações de despoluição em mais de 150 países nos últimos anos. Algumas organizações estenderão os mutirões ao domingo (17/9) e ao final de semana seguinte (23 e 24/9) – confira abaixo o link com a programação completa.

Atualmente, voluntários se dedicam a limpar também praças, parques, lagos, rios e represas, dentre outros espaços públicos. Mas ao criar este evento nos Estados Unidos, em 1986, a organização pioneira Ocean Conservancy tinha como objetivo promover uma “Limpeza Costeira Internacional”, focada nas praias. Dados sobre a poluição marinha por plásticos revelam que mais que nunca é necessário agir em defesa da saúde e restauração dos oceanos: “A cada minuto, dois caminhões de lixo plástico são despejados no oceano, globalmente.

Somente o Brasil polui o oceano, com pelo menos 325 milhões de quilos de lixo plástico todo ano.

Um em cada dez animais marinhos morrem por ingestão de plásticos no Brasil”.

No Brasil, organizações ambientalistas autônomas iniciaram essas ações de mobilização no final dos anos de 1990 e começo de 2000. Algumas delas apontam que entre 70% e 90% do lixo coletado nas limpezas de praia no Brasil é de plástico descartável. “Os resíduos mais encontrados em áreas urbanas ou semi-urbanas são itens plásticos provenientes de embalagens de gêneros alimentícios, líquidos e sólidos. Muitos materiais são decorrentes do abandono intencional pelos frequentadores”, explica João Malavolta, fundador do Instituto Ecosurf.

Já em áreas isoladas, como praias em unidades de conservação de proteção integral ou ilhas, “os resíduos mostram maior desgaste nas embalagens, indicando que estão no ambiente há mais tempo e que, possivelmente, foram transportados por longas distâncias, através de algum sistema de drenagem, córregos ou rios, até chegarem no mar. Esses resíduos têm origem terrestre”, complementa ele.

O Instituto Ecológico Aqualung há 15 anos realiza o “Projeto Tatuí de Educação Ambiental e Limpeza de Praias”. A edição de amanhã (16), que acontecerá na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, contará com o apoio de quinze parceiros – entre as organizações da sociedade civil, estão os Escoteiros do Brasil, o Instituto Mar Urbano e a Oceana. Escolas, empresas e órgãos públicos também participam da atividade que tem público estimado em 500 pessoas e a expectativa de recolher aproximadamente 400 quilos de lixo.

“Além da conscientização ambiental, do engajamento da comunidade local e da própria remoção do lixo, ali na região da Baía de Guanabara, também queremos chamar atenção para os diferentes tipos de resíduos e as marcas dos produtos mais encontradas”, afirma Bianca Amorim, diretora de Projetos Educacionais do Aqualung.

A partir da triagem dos resíduos coletados, uma equipe de estudantes universitários produz uma “auditoria das marcas”, que explicita que as grandes corporações seguem no topo do ranking dos maiores poluidores por anos seguidos. “Normalmente, sempre está em primeiro lugar a Coca-Cola, a Nestlé, a Braskem...”, revela Amorim.

Para checar a programação dos mutirões de limpeza, acesse: @oceanabrasil no Instagram


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