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Artesão faz coleta de lixo em Petrópolis e no Peró

Rio de Janeiro, 04/12/2023

Por Redação GBNEWS

Foto: Divulgação

Quer me ajudar? Não jogue lixo nas ruas e nas praias. Petropolitano de Samambaia, o artesão Carlos Roberto Vanzan, de 48 anos, tem uma rotina diária nas suas caminhadas, seja na Serra ou na Praia do Peró, em Cabo Frio, onde passa temporadas a cada dois meses há 48 anos: recolher lixo. Ele junta os reciclados e quando tem uma boa quantidade troca por cadeiras de rodas e muletas para doar a quem precisa. A boa ação foi ensinada pelo pai, Honorato Vanzan, nas areias da Praia do Peró, a pioneira no interior fluminense a conquistar a Bandeira Azul, selo internacional de qualidade ambiental.


Carlos Roberto não sai de casa para caminhar sem sacos para catar o lixo, nas ruas de Samambaia, um dos bairros mais agradáveis de Petrópolis, entre o Centro e Itaipava, e na praia do Peró, que ao todo tem 7,2 quilômetros de extensão:


— No começo, assim que a praia hasteou a Bandeira Azul, catava poucos canudinhos plásticos e palitos na areia, mas agora aumentou muito e com uma novidade: cotonetes, além das tradicionais bitucas de cigarro e tampinhas de garrafa pet, resíduos fatais para a fauna marinha – explica o artesão, que dá aulas e produz peças em MDF.


Um dos requisitos para a praia conquistar a Bandeira Azul é a promoção de programas ambientais. A atual coordenação está fazendo o dever de casa com os alunos da escola pública Evaldo Sales, que estarão mostrando seus trabalhos dia 7, quinta-feira, quando a bandeira será oficialmente hasteada para a temporada 2023/2024.


— Meu pai amava o Peró. Eu também. Percorri várias praias do Brasil e não vi uma melhor do que a do Peró, que só precisa melhorar a fiscalização na areia. Nas minhas caminhadas, as pessoas me param para elogiar meu trabalho e perguntam como podem ajudar. Eu tenho a resposta na ponta da língua: não jogue lixo nas ruas e nas praias.


Católico e casado com uma mulher evangélica, Carlos Roberto recebe muitas doações de recicláveis (principalmente garrafas pet) dos frequentadores das igrejas de Petrópolis. Não aceita dinheiro.


— Eu só peço uma coisa aos responsáveis pela gestão municipal na Praia do Peró: não permitam que os quiosques e ambulantes usem canudos plásticos e palitos – concluiu.

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