Após alguns anos de obras, finalmente o Hospital Municipal Che Guevara foi inaugurado no Km 22,5 da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), em São José do Imbassaí, Maricá, Baixada Litorânea do Estado do Rio de Janeiro. A partir de domingo (03), começará a receber as vítimas do coronavírus. Neste primeiro momento, não estará aberto à população
Hospital começa a receber os pacientes neste domingo (fotos Paulo Celestino/Gazeta)
O hospital foi mostrado no início da tarde aos jornalistas pela secretária de Saúde Simone Costa que anunciou o início do atendimento no próximo domingo. No final da tarde, o prefeito Fabiano Horta (PT), numa live ao vivo nas redes sociais da Prefeitura de Maricá, falou da importância da unidade que neste primeiro momento atenderá somente os casos do Covid-19.
Simone Costa deu todas as explicações sobre o hospital aos jornalistas
“O Che Guevara somente atenderá os casos de coronavírus e os pacientes deverão ter a guia de internação expedida pelas nossas unidades de saúde e pelos três polos de atendimento que funcionam diariamente das 8 às 20 horas em Itaipuaçu, Ponta Negra e Centro”, disse o prefeito.
Cercado de políticos que disputarão a eleição municipal de outubro, Fabiano Horta fez questão de mencionar o nome do ex-prefeito por dois mandatos Washington Quaquá (PT). “Foi com ele que tudo começou quando estava à frente do executivo municipal” destacou.
Nas redes sociais, Quaquá disse que não compareceria ao evento de inauguração do Che Guevara porque continuava no isolamento social, mas fez questão de parabenizar Fabiano Horta pela inauguração da unidade de saúde.
Com a abertura do Hospital Municipal Che Guevara, Maricá avança no enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Nesta primeira fase, o Che Guevara receberá apenas pacientes graves de Covid-19, que serão encaminhados pelas unidades de saúde básicas e os polos de atendimento, aos leitos de UTI - inicialmente, serão abertos 25 leitos, que, conforme a evolução do quadro da pandemia, poderão chegar a 70. Haverá ainda um espaço com 5 leitos iniciais de suporte.
É importante ressaltar que nesta primeira fase de funcionamento o hospital não estará aberto à população. Ainda no campo do combate à pandemia, há previsão de instalação na unidade de uma base de pesquisa científica em viroses, associada ao Laboratório de Biologia Molecular da UFRJ.
A parceria com a universidade também contempla a implantação de um centro de testes PCR, que fazem a detecção da Covid-19 ainda nos estágios iniciais. Profissionais de Saúde de Maricá já estão sendo treinados pela universidade e quando o sistema estiver operando, Maricá terá condição de analisar as amostras colhidas na cidade sem ter de envia-las ao laboratório Noel Nutels (Lacen), facilitando o diagnóstico e o início do tratamento.
A administração do hospital está a cargo da Organização Social (OS) Centro de Excelência em Políticas Públicas (Cepp), responsável pela contratação dos profissionais que atuarão na unidade - em sua grande maioria que residem em Maricá.
Após a pandemia de Covid-19, o Che Guevara começará a ser usado como unidade de referência de saúde da região, com um total de 137 leitos, centro cirúrgico e UTI adulta e neonatal, 19 enfermarias (com três leitos cada), seis salas de observação para adultos e mais três salas de observação para pediatria, além de um moderno centro de diagnósticos, com tomógrafo de alta resolução com 64 e 128 canais, capaz de fazer exames avançados coronarianos - Maricá é o único município do Estado do Rio com este moderno equipamento na rede pública. A previsão é que o tomógrafo comece a funcionar em julho.
A unidade conta também com um tanque de oxigênio de 11 mil litros (9.200 m³) para abastecer o complexo. Dezesseis cilindros estarão distribuídos pela unidade, cada um terá capacidade de 10 m³ - ao todo serão 160 m³ a mais de oxigênio. O investimento da prefeitura no hospital é de R$ 50 milhões, realizado com recursos próprios.