Rio de Janeiro, 08/3/2022
Por Juliana Duarte
Foto: Divulgação
A exposição “Eleonore Koch: espaço aberto” apresenta pela primeira vez ao público carioca um conjunto de quase 150 obras da artista alemã de origem judaica. A mostra no MAR acompanha a trajetória de Eleonore por suas diferentes paisagens, interiores e exteriores, reais e imaginárias, e rende tributo ao Rio de Janeiro, cidade em que ela passou quase uma década e onde amadureceu o seu estilo artístico e suas temáticas.
Eleonore Koch (Berlim, 1926 – São Paulo, 2018) chegou aos 10 anos no Brasil com a família, fugindo do nazismo. No Brasil, desenvolveu parte de sua produção artística, sendo a única discípula do pintor Alfredo Volpi (Lucca, Itália 1896 – São Paulo, São Paulo, 1988). Lore, como também foi conhecida, produziu uma obra singular entre São Paulo, Rio de Janeiro e Londres, cidades onde viveu ao longo de sua vida, e deixou um legado expressivo ao país que primeiro a acolheu. A mostra chega ao Museu de Arte do Rio no dia 12 de março e segue até 1º de maio.
“Na capital carioca, Eleonore Koch ganha características próprias, independentes de seu mestre Volpi, no que diz respeito aos seus temas e às suas estratégias artísticas. É também no Rio que Eleonore passa a trabalhar com a temática da paisagem, até então não muito explorada por ela”, diz a curadora Fernanda Pitta, historiadora de arte e curadora sênior da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Artista ímpar, metódica e irreverente, perfeccionista e temperamental, mas sobretudo consciente de si e de sua prática, Eleonore Koch desenvolveu uma vasta produção ao longo de seus 93 anos. Menos de quatro anos após sua morte, suas obras começam a se tornar amplamente reconhecidas.
A mostra no MAR, primeira retrospectiva da artista em solo carioca, traz cerca de 150 obras de diversas coleções, muitas das quais haviam sido guardadas pela artista até a sua morte e que foram a público através do leilão de suas obras, por desejo expresso da artista em seu testamento. São pinturas em têmpera - técnica que a pintora aprende com Volpi - desenhos em pastel, carvão e guache, muitos deles minuciosas anotações de composição que serviam à artista para experimentar variações de cor e forma até as pinturas finais – um precioso conjunto que permite entender os processos estéticos, formais e afetivos da produção da artista.
A seleção é completada por documentos, fotos e objetos que propõem entradas ao universo da artista. Ela desenvolveu sua prática em intensa interlocução com intelectuais modernos como Paulo Emílio Salles Gomes e Lourival Gomes Machado, e sobretudo o psicanalista e crítico Theon Spanudis, um de seus maiores apoiadores ao longo de sua carreira.
Com curadoria de Fernanda Pitta em colaboração com os curadores do MAR, Marcelo Campos e Amanda Bonan, a exposição é uma iniciativa da Casa Stefan Zweig para preservar a memória e o legado dos exilados da Segunda Guerra Mundial no Brasil, em parceria com a Almeida & Dale Galeria de Arte, de São Paulo. O cineasta Jorge Bodanzky cedeu o teaser do documentário que está realizando sobre Eleonore Koch.
A mostra Eleonore Koch: espaço aberto é patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, e JGP, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS.
Serviço
Exposição “Eleonore Koch: espaço aberto”
Onde: Museu de Arte do Rio - MAR
Endereço: Praça Mauá, nº 5, centro, Rio de Janeiro
Data: 12 de março até o dia 01 de maio de 2022
Horário de funcionamento da Exposição: de quinta a domingo das 11 às 18 horas (entrada até às 17h, pavilhão de exposições)
Comentarios