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Luto em Niterói com a morte do jornalista Jourdan Amóra

  • Foto do escritor: Gilson da Gama Barcellos
    Gilson da Gama Barcellos
  • 19 de out.
  • 3 min de leitura

Rio de Janeiro, 19/10/2025

Por Gilson Barcellos

Fotos: Redes Sociais

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Jourdan Amóra deixa um legado no jornalismo fluminense


Morreu na manhã deste domingo (19), aos 87 anos, o jornalista e diretor do jornal “A Tribuna”, Jordan Amóra que estava internado no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) há duas semanas. Vítima de falência múltipla dos órgãos, Jourdan deixa dois filhos: Gustavo e Luís Jordan (Dandam). O jornalista havia perdido sua esposa e companheira de toda uma vida dia 9 de setembro. Ainda não há informações sobre o velório e enterro. O prefeito Rodrigo Neves (PDT) decretou luto na cidade.

 

Luto

 

Nas redes sociais, o prefeito Rodrigo Neves anunciou que decretou luto por três dias na cidade e lamentou a morte do amigo jornalista.

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É com muita tristeza que nos despedimos nessa manhã chuvosa em Niterói de meu amigo e grande jornalista Jourdan Amóra.

 

Jourdan era a própria notícia. Apaixonado pela verdade e inquieto por natureza, ele transformou o ato de informar em um ato de resistência e de amor profundo por Niterói. Ele não apenas contou a história de nossa cidade, mas ajudou a escrevê-la.

 

De estudante curioso e líder dos estudantes secundaristas a símbolo da liberdade de imprensa contra a ditadura, Jourdan atravessou censuras, prisões políticas, revoluções tecnológicas e crises políticas sem nunca deixar de informar e lutar por uma sociedade mais democrática. Fundador de A Tribuna, fez do jornal um símbolo de independência e credibilidade.

 

Fique com Deus, Jourdan. Meus sentimentos aos amigos, aos filhos Dandan e Gustavo - querido amigos - e familiares. Vamos decretar luto por três dias na cidade em memória e reverência a história desse niteroiense apaixonado por Niterói e que amava o jornalismo e a democracia”, disse Neves.

 

Trajetória de Jourdan Amóra

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Mário Sousa (presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro), o casal Jourdan Amóra-Eva Lourdes Santana Amóra e os filhos Luís e Gustavo


Nascido em 6 de maio de 1938, em Araçuaí, no norte de Minas Gerais, e criado entre Petrópolis, São Gonçalo e Niterói, Jourdan Norton Wellington de Barros Amóra cresceu cercado por ideias literárias e pela efervescência cultural de seu tempo. Mais do que um jornalista, ele foi o repórter da própria vida.

 

Filho do cearense Geographo Barros Amóra e da mineira Maria Neiva Tanure Amóra, o jornalista cresceu entre livros, histórias de militância e o barulho das rotativas que moldariam seu destino.

 

A paixão pela escrita surgiu ainda na adolescência, quando um professor do Liceu Nilo Peçanha lhe propôs um exercício: redigir dissertações a partir de imagens. A tarefa, simples à primeira vista, revelou-se decisiva. Foi ali que Jourdan descobriu o prazer de observar e traduzir o mundo em palavras — um olhar jornalístico que nunca mais o abandonaria.

 

Aos 14 anos, fundou o jornal Praia das Flechas, dedicado à vida social do bairro. Pouco tempo depois, o pequeno periódico evoluiu para o Jornal Juvenil, sua primeira experiência concreta como repórter — embora ele ainda não soubesse que passaria toda a vida em busca da manchete.

 

Em 1965, após ser demitido do Jornal do Brasil sob acusação de subversão, Jordão decidiu transformar a adversidade em resistência. Comprou o modesto jornal A Tribuna, até então o menor entre os sete periódicos de Niterói. Com empenho e visão, modernizou a gráfica, ampliou a tiragem e fez do veículo um importante espaço de formação de novas gerações de jornalistas.

 

O ápice de sua trajetória ocorreu em 20 de abril de 1972, quando, após uma série de denúncias contra o governo Padilha, foi preso na própria redação por agentes do DOPS. No dia seguinte, a capa de A Tribuna estampava apenas uma palavra: “Libertas” — um símbolo de coragem e resistência da imprensa fluminense.

 

 

 

 

 

 

 


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