Rio de Janeiro, 02/10/2024
Por Redação GBNEWS
O engenheiro Luiz Carneiro, diretor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), defendeu que o governo do estado realize o projeto de levar o metrô até Niterói e São Gonçalo. A declaração foi dada em entrevista na Rádio Tupi. Carneiro é dos engenheiros do Crea que mais conhecem a história do metrô do Rio, pois trabalhou no projeto, ainda no governo Negrão de Lima, em 1970.
“A conclusão da estação da Gávea é importantíssima, por causa da segurança, entre outros fatores. Mas é muito importante atentarmos que é preciso fazer a ligação da Linha Dois com o outro lado da Baía de Guanabara. Precisamos levar o metrô a Niterói e São Gonçalo, onde há dois milhões de habitantes precisando de um transporte público como o metrô. É um projeto que existe mas está parado e beneficiaria toda a população do outro lado. Precisamos fazer a ligação entre o Estácio, Carioca, Barcas, e até Guaxindiba. Esse trecho seria todo subterrâneo e é muito fácil cruzar a Baía por um túnel na rocha, cerca de 5 quilômetros e meio de extensão”, afirmou Carneiro, que acompanhou o presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, em uma visita aos estúdios da Rádio Tupi.
Fernández foi convidado pelo apresentador Francisco Barbosa para comentar a informação de que o governo do Estado do Rio pretende retomar as obras da Linha 4 do metrô, que inclui a estação Gávea, paralisadas desde 2015. A retomada das obras é resultado de um acordo entre o governo do estado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e as concessionárias. A proposta prevê que a concessionária MetrôRio feche um contrato com as empresas que iniciaram as obras, com a anuência do estado. O investimento é estimado em R$ 600 milhões e, em troca, a concessionária ficará mais dez anos à frente da operação do transporte.
O presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, afirmou que a retomada das obras da Linha 4 é um tema muito importante que requer a atenção de todos os envolvidos.
“Essa obra que ficou paralisada representa riscos à sociedade, aos moradores e a uma universidade que estão no entorno. Então, a retomada dessa obra é fundamental. É uma questão que já vínhamos acompanhando mesmo antes de assumir a presidência do Crea-RJ. Vamos trabalhar conjuntamente com os órgãos competentes para garantir uma obra com engenharia adequada, com empresas responsáveis, profissionais habilitados, para que a gente possa garantir a segurança não só do nosso metrô, mas também de todo mundo que vive ali no entorno”, afirmou Fernández.
O presidente do Crea-RJ destacou que o Conselho pretende fiscalizar a retomada das obras.
“Essa obra da linha 4 tem que ser monitorada. O Crea-RJ estará acompanhando e fiscalizando, vendo as empresas que serão responsáveis. É fundamental que essa obra avance e, se três anos foi o tempo que a engenharia entendeu ser necessária para finalização de forma segura, que seja três anos. Mas que não se prolongue mais. O mais importante é garantir a segurança daquela estação que não pode permanecer do jeito que está. O fundamental é não protelar ainda mais o início dessas obras”, disse Fernández.
Inaugurado em 1979, o metrô do Rio conta hoje com 41 estações e cerca de 57 quilômetros de extensão, distribuídos em 3 linhas (1, 2 e 4), e com movimento médio de cerca de 660 mil passageiros, em dias úteis. O sistema é o quarto maior em extensão e o terceiro maior em movimento entre os sistemas metroferroviários em operação no Brasil, atrás apenas dos sistemas de trem metropolitano e metrô da Região Metropolitana de São Paulo.
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