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Estado afasta professor por causa da charge de Bolsonaro com Trump na cama

Um professor de uma escola estadual em Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense, foi afastado, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), após aplicar uma atividade com uma charge onde os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), e dos Estados Unidos, Donald Trump, aparecem em uma cama

De acordo com a secretaria, uma sindicância foi instaurada para apurar o caso e o professor ficará afastado das atividades até a conclusão do processo. A secretaria não deu prazo para a sindicância.

A atividade foi aplicada na aula de Português aos alunos do 3º ano do Ensino Médio do Liceu de Humanidades de Campos. O conteúdo foi compartilhado nas redes sociais e chegou ao conhecimento da Seeduc.

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) informou que está acompanhando o caso e que defende o direito do professor aplicar instrumentos pedagógicos em sala de aula. Segundo o educador, o texto abaixo foi enviado para a Seeduc.

Veja a íntegra do texto:

"Leciono português, literatura e produção de texto há quinze anos em várias escolas particulares e públicas, mas atualmente no Liceu de Humanidade de Campos me deparei com uma situação na qual nunca imaginei passar, nos meus piores pesadelos; a censura.

Venho por meio desta esclarecer a atitude covarde e descontextualizada em que postaram nas redes sociais um material dado em sala de aula, para os alunos do terceiro ano do ensino médio, portanto, futuros vestibulandos.

Trata-se de uma charge, entregue à tais turmas (3003/3005), material este muito comum nos vestibulares, em todas as disciplinas e com uma carga argumentativa bastante relevante no que concerne ao fato de que ao se depararem com tal tipo de texto, os discentes devem obrigatoriamente estar inseridos nos contextos político, econômico, social e cultural do mundo que os cerca, habilidades essas cobradas em vestibulares e no ENEM.

A charge, de autoria do chargista Victor Teixeira, trata-se de um contexto político amplamente divulgado na mídia do mundo inteiro. Assim, sua análise (contra ou favorável) ficou a critério única e exclusivamente dos alunos, usando para isso, seus próprios argumentos, não havendo assim, DOUTRINAÇÃO.

Dado o exposto, termino com a certeza do dever cumprido; o de desenvolver em meus alunos a criticidade na qual futuramente serão devidamente cobrados e na certeza deste mesmo dever, coloco-me a disposição para quaisquer esclarecimentos.

A foto é uma METÁFORA, ou seja nem tudo o que parece é..."

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