Fica cada vez mais difícil a deputada federal e filha do presidente nacional do PTB Roberto Jefferson, Cristiane Brasil, assumir o Ministério do Trabalho, nomeada desde o dia 4 de janeiro. Agora, surge a notícia de que a parlamentar é alvo de um inquérito policial que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010
A investigação já está na Procuradoria-Geral da República, em Brasília porque Cristiane tem foro privilegiado. Também estão nesse processo, o deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da deputada e mais três assessores de Cristiane na época. Todos são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro da Zona Norte carioca e uma das bases eleitorais de Jefferson, que no governo do presidente Lula, foi o autor de denúncias sobre o Mensalão que levou muita gente graúda do PT à cadeia como José Dirceu, José Genuíno e João Paulo Cunha.
Conforme os denunciantes afirmaram no inquérito, assessores de Cristiane - que na época era vereadora licenciada e comandava uma secretaria municipal do Rio na gestão de Eduardo Paes (MDB) - pagaram a traficantes para terem o "direito exclusivo" a fazer campanha na região. Cristiane não se candidatou em 2010, mas naquele ano apoiou a candidatura de Vinícius - então seu cunhado - à reeleição. Ela se candidatou e foi eleita deputada em 2014. Cristiane e Vinicius negam todas as acusações.
Nomeada no início do ano para o Ministério do Trabalho, a justiça atendeu denúncias e não autorizou a posse de Cristiane Brasil, que foi condenada duas vezes pela justiça do trabalho por não ter assinado a carteira profissional de dois ex-motoristas. Um acordo Cristiane não cumpriu integralmente.
O governo de Michel Temer (MDB) vem tentando na justiça garantir a posse – adiada por duas vezes – da parlamentar, mas não tem obtido sucesso. Os governistas precisam do apoio do PTB para garantir a aprovação da Reforma da Previdência.