top of page

Morre no Rio o cineasta Cacá Diegues

  • Foto do escritor: Gilson da Gama Barcellos
    Gilson da Gama Barcellos
  • 14 de fev.
  • 2 min de leitura

Rio de Janeiro, 14/02/2025

Por Redação GBNEWS

Morreu na madrugada desta sexta-feira (14), aos 84 anos, o cineasta Cacá Diegues, diretor, produtor, escritor e um dos fundadores do movimento do cinema novo. A informação foi confirmada pelo perfil da Academia Brasileira de Letras, no Instagram. Cacá Diegues foi eleito para a ABL em 2018 sucedendo o  amigo e colega cineasta Nelson Pereira dos Santos na cadeira 7. Ele sofreu complicações de uma cirurgia que realizou na próstata e ainda não há informações sobre velório e enterro.

 

Carlos José Fontes Diegues nasceu em 1940, em Maceió, Alagoas, e se mudou ainda pequeno com a família para o Rio de Janeiro. Na cidade, estudou Direito na PUC, antes de se dedicar ao cinema. O primeiro filme solo dele foi "Ganga Zumba" (1963), com Antônio Pitanga e Léa Garcia. Segundo a "Enciclopédia do cinema brasileiro", foi o primeiro filme nacional com protagonistas negros.

 

Diante do aumento da repressão no período da ditadura militar no país, o filme de Cacá "Os herdeiros" (1969) foi censurado. A obra retratava o Brasil da revolução de 1930 e a história de um jornalista que entra, através do casamento, para uma família produtora de café e vai revelando ambições políticas.

 

No mesmo ano, ele foi convidado para o Festival de Veneza e acabou se mudando para Paris, na França, com sua esposa à época, a cantora Nara Leão. Ele voltou em 1971 e seguiu fazendo mais filmes, como "Quando o carnaval chegar" (1972), que tinha Nara, Chico Buarque, Maria Bethânia, Hugo Carvana e Antonio Pitanga no elenco.

 

Ele também fez "Xica da Silva" (1976), "Chuvas de verão" (1978) e "Bye Bye Brasil" (1980). Cacá fez produções lançadas na TV, como "Dias melhores virão" (1989) e "Veja esta canção" (1993). Em 1996, lançou "Tieta do Agreste". Em 1998, lançou "Orfeu". "Deus é brasileiro" (2003) foi outro grande sucesso do cineasta, com Antônio Fagundes e Wagner Moura no elenco.

 

Em 2016, foi enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, desenvolvido pelo carnavalesco Márcio Puluker. Ele chegou a participar do desfile no último carro. Em 2018, Cacá se tornou imortal da Academia Brasileira de Letras. Ele ocupava a Cadeira 7, na sucessão do Acadêmico Nelson Pereira dos Santos. 

 

Cacá teve dois filhos, Isabel e Francisco Diegues, com Nara. O diretor e a cantora se separaram em 1977. Ele se casou novamente em 1981, com a produtora Renata Almeida Magalhães. Os dois tiveram uma filha, Flora Diegues, que morreu aos 34 anos, em 2019, vítima de um câncer.

 

Comments


bottom of page