Rio de Janeiro, 04/7/2021
Por Juliana Garçon
Fotos: Rogério Santana/Ascom-Gov
Sete anos depois, o Estado voltou a realizar serviços sociais dentro do Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Numa ação coordenada pelo RioSolidário, cerca de 200 pessoas foram atendidas por diversos órgãos estaduais como Corpo de Bombeiros, Secretaria de Trabalho, Fundação Leão XIII e Cedae, conseguindo desde orientação jurídica até carteiras de trabalho, passando pela isenção de taxas para tirar documentos. A Casa da Inclusão e o escritório de advocacia Motta e Lima Advogados Associados, além do Instituto Incluir, também estiveram presentes. O evento foi realizado pelo grupo Mulheres do Bem, de Jurema Carvalho, e a Associação de Moradores do Santa Marta.
“É um dia especial para nós, do RioSolidario, e a gente vê o tamanho da carência de serviços públicos pelo fluxo de pessoas. Muito bom o Estado estar de volta à favela”, avaliou Heloisa Aguiar, presidente da instituição.
Muitos jovens foram ao campinho, entre eles Carlos Eduardo Evaristo do Nascimento, de 18 anos. Morador do Andaraí e cursando o terceiro ano do segundo grau, ele veio à ação com a namorada, Alana da Silva Hilário, e conseguiu finalmente tirar sua carteira de trabalho. “Já estava querendo tirar há um bom tempo, porque no sistema aparecia para eu validar os dados da Previdência, e eu nunca conseguia fazer”, conta. “Agora vou buscar uma vaga de Jovem Aprendiz'', diz ele, que pretende cursar Biologia. Alana também estava feliz. Moradora da favela, ela, que conseguiu se cadastrar para uma vaga de Jovem Aprendiz, diz que há sete anos não via uma Ação Social na região. “Foi ótima, porque a ação na favela dá oportunidade para quem precisa mas não consegue sair daqui”, emendou a estudante, que tentará cursar Administração.
Thiago Ribeiro, diretor da Fundação Leão XIII, identificou uma grande demanda de mulheres, além da carência de serviços públicos. “Houve uma procura muito grande, o que mostra que a comunidade estava carente desses serviços”.
Além da Fundação Leão XIII, a Secretaria de Trabalho teve grande procura para fazer carteira de trabalho e busca de encaminhamento para emprego. Já o Corpo de Bombeiros fez 19 encaminhamentos médicos e 60 pessoas buscaram orientação jurídica para seus problemas. Para que as mães pudessem ter tempo de cuidar de suas questões, o Instituto Incluir realizou contações de histórias e fez oficinas.
O presidente da Associação de Moradores do Santa Marta, Zé Mário Hilário, agradeceu à iniciativa. “Há anos não acontecia uma ação social dentro da favela, há anos ninguém vinha no Campinho. Eram sempre feitas na praça Corumbá, no asfalto. Por isso estou feliz, o pessoal veio exercer e buscar a sua cidadania. Dá orgulho”.
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