Rio de Janeiro, 10/3/2021
Por Gilson Barcellos
Numa demonstração de pouco caso com as milhares de mortes, milhares de desempregados e crise econômica causados pela pandemia do coronavirus, deputados estaduais do Rio de Janeiro em regime de urgência, isso mesmo, “regime de urgência”, votaram para trocar o nome do Maracanã para Rei Pelé, que foi o maior jogador de futebol mundial, mas que como cidadão deixa muito a desejar.
Estádio Jornalista Mário Filho o maior templo do futebol mundial desde 1950
Desde 1916 está engavetada a CPI das obras milionárias do Maracanã. Os nobres parlamentares não se preocuparam em levantar a roubalheira, como também discutir os problemas atuais provocados pela Covid-19, que inclusive pode fechar o acesso dos turistas em todo o Estado do Rio de Janeiro nos próximos dias. Para eles o mais importante neste momento é trocar o nome do estádio de futebol mais conhecido do mundo.
O Maracanã foi construído para a Copa de 1950 com o jornalista Mário Filho (que deu nome ao estádio), lutando para que fosse o maior do mundo em capacidade. Até hoje é conhecido em todo o planeta como o maior templo do futebol mundial, apesar da sua capacidade ter sido reduzida de 150 mil para 65 mil torcedores para a Copa de 2016, seguindo o tal padrão Fifa.
Agora, em discussão única, o projeto de lei do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT) trocando o nome de Jornalista Mário Filho para Edson Arantes do Nascimento (Pelé) foi aprovado e está nas mãos do governador em exercício Cláudio Castro (PSC) para sancioná-lo ou não. Para ele, esse projeto deve ser muito importante para os momentos atuais.
Que Pelé é o Rei do Futebol ninguém discute. Mas como cidadão não é exemplo para ninguém, muito menos para ser homenageado. Se recusou a reconhecer uma paternidade e foi obrigado judicialmente a fazer o DNA. O resultado de uma relação temporária foi positivo, mas ignorou a existência da filha que morreu aos 42 anos de idade, em 2006, vítima de câncer. Nem ao velório compareceu.
Pelé se consagrou como jogador do Santos F.C., mas até hoje o campo da agremiação santista mantém o nome Estádio Urbano Caldeira, mais conhecido como Vila Belmiro. Por que não trocaram o nome para Rei Pelé?
No Estado do Rio esta decisão da Alerj não agradou ninguém. Os internautas estão bombando nas rede sociais. Cabe agora ao governador em exercício analisar se é bom fazer média com meia dúzia de deputados estaduais ou ter as torcidas de Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, etc contra.
Para terminar, assinaram o projeto de André Ceciliano, como coautores os deputados Bebeto (Pode), Marcio Pacheco (PSC), Eurico Junior (PV), Carlos Minc (PSB), Coronel Salema (PSD) e Alexandre Knoploch (PSL).
No encerramento do RJ1 da TV Globo desta quarta-feira (10), o jornalista Edmilson Ávila rasgou no ar o projeto de lei. A equipe do GBNEWS faz o mesmo!
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