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Exposição “Um Defeito de Cor” no Mar faz revisão historiográfica da escravidão

Rio de Janeiro, 02/9/2022

Por Redação GBNEWS

Fotos: Divulgação

O Museu de Arte do Rio lança a sua nova exposição principal “Um Defeito de Cor” no dia 10 de setembro. A mostra é baseada nos contextos sociais, culturais, econômicos e políticos do século XIX, abordados no livro de mesmo nome da escritora mineira Ana Maria Gonçalves. Ao todo serão 400 obras de artes entre desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações de mais de 100 artistas de localidades, como Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e até mesmo do continente africano, em sua maioria negros e negras, principalmente mulheres. A exposição tem obras inéditas de Kwaku Ananse Kintê, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê, Goya Lopes, produzidas especialmente para homenagear o livro.


O defeito de cor era um conceito exigido de liberação racial comum no século XIX. Na época, se configurava a racialidade nas questões positivistas, como se pessoas racializadas, indígenas e negras, pudessem ter na sua constituição biológica algo que fosse um defeito, como pouca inteligência, por exemplo. Então, a exposição aborda esse trauma da investigação a partir da trajetória da protagonista do romance, a africana, Kehinde.

Ana Maria Gonçalves afirma que é enriquecedor ver as propostas e as ideias das pessoas envolvidas nos diversos processos da montagem da exposição, e entender como é importante esta experiência de construção coletiva de uma memória/história que também é coletiva.

“Espero que as histórias contadas na mostra atinjam um público não atingido pelo livro. O grande fotógrafo Januário Garcia dizia que existe uma história do negro sem o Brasil, mas que não existe uma história do Brasil sem o negro (e aqui tomo a liberdade de acrescentar os povos indígenas). Que as pessoas saiam de lá sabendo disto e coloquem em dúvida tudo que aprenderam sobre o Brasil sem que tenhamos sido ouvidos.”, conta a autora do livro Um Defeito de Cor.


Dividida em 10 núcleos, que se espelham nos 10 capítulos do livro, a mostra fala de revoltas negras, empreendedorismo, protagonismo feminino, culto aos ancestrais, África Contemporânea, entre outros temas.


“A exposição não tem uma relação direta com o livro. Não é uma história ilustrada do livro. É uma relação de interpretação. A gente interpreta o livro junto com a Ana Maria, trazendo imagens e obras a partir dos conceitos que ela aborda no livro. E não damos detalhes da narrativa.” conta Marcelo Campos, Curador-Chefe do MAR, que faz a curadoria compartilhada ao lado de Amanda Bonan e Ana Maria Gonçalves.


A exposição também vai contar com trechos lidos pela autora, Ana Maria Gonçalves e pela mãe dela, Helia Iza da Silva Gonçalves, já que o romance trata da relação entre mãe e filhos. Leda Maria Martins, pesquisadora de questões de racialidade, também pediu para participar, o que muito honra o Museu, e gravou partes do livro que serão ouvidas em uma faixa sonora nas salas da exposição.


Serviço:

Um Defeito de Cor

Museu de Arte do Rio

Praça Mauá, 5 - Centro

Inauguração dia 10 de setembro

Funcionamento do MAR: das 11h às 18h (última entrada às 17h)

Entrada Gratuita


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