Rio de Janeiro, 10/8/2024
Por Redação GBNEWS
Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Corpos estão sendo levados para o Instituto Médico Legal na capital paulista
Já chegaram ao IML da capital paulista 12 corpos das 61 vítimas do trágico acidente aéreo ocorrido no início da tarde desta sexta-feira (9) em Vinhedo, no interior de São Paulo. Dois estão em condições de identificação imediata.
A partir daí, traz à tona um processo doloroso pelo qual as famílias terão de enfrentar, tendo em vista a natureza do fato: a identificação dos outros 59 corpos.
Segundo explica a médica perita Caroline Daitx, nesse momento o trabalho da perícia é fundamental e deve contar com a participação dos familiares. “A identificação de corpos em acidente aéreos é sempre um desafio por conta da carbonização. Neste caso, serão necessários exames de DNA, além da reunião de outros elementos que ajudem na identificação, como exames de arcada dentária, ficha odontológica, fotografias que registrem o sorriso da pessoa, prontuários médicos, entre outros”, detalha.
Uma das primeiras tentativas de identificação, quando possível, é realização do exame de necropapiloscopia, com a coleta das impressões digitais. Caso o exame seja inviabilizado, os peritos realizam o exame odontolegal, onde são analisados e comparados os arcos dentários com a documentação de atendimentos clínicos odontológicos, tratamentos ortodônticos e até mesmo fotografias da vítima em vida apresentadas pela família.
Avião caiu num condomínio residencial mas não fez vítimas no solo
Ainda segundo Caroline, exames de antropologia forense também podem auxiliar o processo de identificação humana. Nesse caso, o médico-legista e odontolegista realizam uma análise do corpo ou ossos em relação a aspectos físicos, como marcas de nascença, cirurgias, sinais, tatuagens e outras características individualizadoras que possam contribuir para a Identificação. Objetos pessoais encontrados nos destroços também podem auxiliar no processo.
Os resultados desses exames saem, em média, entre 48 e 72 horas. “Mas podem demorar mais por conta do volume de amostrar em decorrência do número de vítimas”, alerta Caroline. Caso não haja resultado compatível ou satisfatório, a identificação passa para a última etapa, que é a realização do exame de DNA. Neste caso, são coletados material biológico no corpo da vítima e de um familiar de primeiro grau e essas amostras são encaminhadas para análise.
Fonte: Caroline Daitx é médica perita, com residência em medicina legal e perícia médica na Faculdade de Medicina da USP. Foi médica legista concursada na polícia científica do Paraná até 2023. É médica perita particular e ex-diretora científica da Associação de Médicos Legistas do Paraná.
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