Rio de Janeiro, 25/.01/2024
Por Redação GBNEWS
Alexandre Ramagem fiel escudeiro de Bolsonaro é alvo da PF nesta quinta-feira
Pré-candidato à Prefeitura Rio de Janeiro, o deputado federal bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) é alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (25) contra um suposto monitoramento ilegal feito pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) durante o governo de Jair Bolsonaro.
Sete policiais federais e três servidores da ABIN também estão na mira da operação que acontece além do Rio, Brasília (DF), Juiz de Fora (MG) e São João Del Rei (MG). Os policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais.
Como revelou O GLOBO em março do ano passado, a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares. Após a reportagem, a Polícia Federal abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.
O FirstMile tinha capacidade de monitorar, sem autorização judicial, os passos de até 10 mil pessoas por ano. Para isso, bastava digitar o número de um contato telefônico no programa e acompanhar num mapa a localização registrada a partir da conexão de rede do aparelho.
A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.
Segundo a PF, a operação de hoje é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.
O inquérito apontou que as provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da própria Polícia Federal.
"Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei", informou a PF, em nota.
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