Rio de Janeiro, 16/11/2021
Por Redação GBNEWS
Foto: Felipe Aguiar
Um dia normal de trabalho se tornou um pesadelo para a família do gari Alcenir da Silva Marins, de 28 anos, que no domingo (14), foi eletrocutado quando trabalhava na rua Padre Anchieta, em Niterói.
Alcenir acabou encostando, sem querer, a barra de ferro que usava para desentupir uma tubulação que ficava no alto em um fio da rede elétrica. Na mesma hora, foi atingido pela descarga de energia. Além de a família já estar passando por essa situação, denuncia também que não recebe nenhum suporte da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), empresa para a qual Alcenir trabalha.
"Eu tinha acabado de chegar do trabalho, eram quase 10h da manhã quando minha outra irmã, Grazielle, ligou contando do ocorrido. Na mesma hora, ficamos apavorados e fomos para o Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL), no Fonseca, onde ele estava. Lá soubemos que, na equipe que trabalhava com o meu irmão, havia quatro encarregados e um chefe e ninguém foi com ele até o hospital na ambulância. Os bombeiros (foto internet) o socorreram e ele chegou até a unidade de saúde sozinho. Depois, recebemos filmagens dele no momento do ocorrido e constatamos que estava sem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários. Ele estava só com bota e o cabo, sem o chapéu, as luvas e outras coisas. Até o cinto que recebemos dele não estava queimado, o que é estranho, já que grande parte do tronco dele foi queimado", contou Daniele da Silva, de 38 anos, irmã de Alcenir.
Ela foi uma das pessoas que teve que ver seu irmão com 80% do corpo queimado, entubado, em uma cama de hospital. Além disso, ela teve que lidar com uma transferência de hospital não autorizada.
"Eu fiquei com ele no hospital até ele fazer os curativos da primeira cirurgia. Na ocasião, a médica veio conversar comigo e disse que o estado dele era delicado e que ela iria fazer tudo pra ele ficar estável e perguntou se queríamos que fizesse a transferência dele de hospital, já que ele tem o plano da Clin. Eu não aceitei, pois queria conversar com a família primeiro, meu irmão estava instável, em estado grave e esse procedimento poderia piorar as coisas. Lá pras 23h, o hospital me ligou falando que tinha conseguido a transferência e que alguém deveria ir lá para acompanhá-lo. Eu não sei como, mas não fui eu quem autorizei. Essa transferência quase matou ele, o meu irmão chegou lá na outra unidade de saúde quase desfalecido. Quando eu indaguei o HEAL sobre quem teria autorizado esse procedimento, eles informaram que havia sido eu, mas eu nunca assinei nada, nem quando meu irmão deu entrada na unidade. Pedi pra me mostrarem esse documento assinado por mim e não mostraram até agora. Quero saber quem autorizou", disse a técnica de enfermagem ao OSG. (fonte O São Gonçalo)
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