Rio de Janeiro, 04/01/2023
Por Gilson Barcellos
Foto: Agência GBNEWS
Cacique Tupã quer presidir o Museu do Índio no Rio de Janeiro
Os índios da Aldeia Guarani Mata Verde Bonita que ocupa uma área de 93 hectares na Restinga de Maricá, ameaçados de serem retirados de lá, assim como aconteceu em Niterói, veem com bons olhos a criação do Ministério dos Povos Indígenas. Otimista, o cacique Tupã lançou sua pré-candidatura a diretor geral do Museu do Índio.
“Estamos fortalecidos com a criação do Ministério que é comandado pela índia Sônia Guajajara, eleita deputada federal em 2022. O presidente Lula (PT) cumpriu a promessa de campanha e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) também será comandada por um índio. Estamos fortes e otimistas com essa representatividade no governo federal”, disse o cacique Tupã com exclusividade aos jornais GBNEWS e Gazeta Fluminense.
O desabafo de Tupã é porque a aldeia está mais uma vez sendo ameaçada de expulsão da área. Há 10 anos, os índios guaranis iam ser expulsos por pressão do setor imobiliário no bairro Camboinhas, em Niterói, quando receberam a visita do então prefeito de Maricá, Washington Quaquá, atualmente deputado federal e vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
Na época, Quaquá colocou à disposição uma área para ser escolhida em Maricá: Caxito, Espraiado e Restinga, essa última preferida pelos guaranis.
Agora, um grupo espanhol se diz proprietário da área ocupada na Restinga de Maricá, quer a saída dos índios para construir um resort de alto luxo.
“Conversamos com eles (os espanhóis) por diversas vezes para chegarmos a um acordo. Agora eles querem tirar a gente daqui na marra. Não vamos sair e o caso está na justiça. Quaquá disse, recentemente, que não seremos expulsos e nos próximos dias teremos uma audiência com o prefeito Fabiano Horta, também do Partido dos Trabalhadores”, afirmou o Cacique Tupã que é pré-candidato a diretor do Museu do Índio, localizado em Botafogo, Zona Sul do Rio.
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