A Polícia Civil do Rio realizou, na manhã desta segunda-feira (9), uma operação contra desvios e fraudes na área da Saúde no município de Arraial do Cabo. Segundo as investigações, uma das empresas investigadas recebeu verbas públicas por mais de um ano, mesmo sem ter contrato assinado com a Prefeitura.
(fotos divulgação/Polícia Civil)
Entre os alvos está o ex-secretário de Saúde de Arraial do Cabo, Antônio Carlos de Oliveira, conhecido como Kafuru, que deixou o cargo há cinco meses, e um casal de empresários apontados como donos de duas empresas responsáveis por fazer exames no município: Mega Lagos e Masther Lab.
Os agentes cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em cinco municípios: Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Búzios, Saquarema e São José de Ubá. O nome da Operação “No Fio do Bigode” faz referência à celebração de acordos não registrados oficialmente.
Os policiais buscaram cumprir mandados no Hospital Municipal Rodolpho Perissé, em Búzios; no endereço onde atualmente funciona a Clínica da Mulher, em Saquarema; e em endereços de empresas e de residências dos investigados, entre eles, uma fazenda em São José de Ubá que, de acordo com a Polícia, é de propriedade do ex-secretário de Saúde de Arraial do Cabo.
De acordo com a Polícia Civil, o endereço de Saquarema, onde atualmente funciona a Clínica da Mulher, foi usado pelos laboratórios investigados como sede, mas não havia mais documentos relacionados a eles na clínica.
A Prefeitura de Saquarema reforçou que o município não foi objeto de nenhuma operação da Polícia Civil e que o endereço consta no mandado judicial como sendo sede da empresa Megalagos Diagnóstica Ltda. O município disse ainda que o prédio é alugado pela Prefeitura de Saquarema e que nenhuma unidade de saúde do município era atendida pela referida empresa e o atendimento segue normalmente em todas as unidades de saúde.
A ação faz parte de uma investigação da 132ª DP (Arraial do Cabo), realizada em parceria com o Ministério Público Estadual, que apura fraudes em licitação, irregularidades na contratação, por parte da Prefeitura de Arraial do Cabo, de dois laboratórios de análises clínicas, cobrança por exames que nunca foram feitos e falta de assistência à população.
Policiais civis de sete delegacias do Departamento Geral de Polícia do Interior participaram da ação.
A investigação aponta que, juntas, as empresas investigadas, que pertencem aos mesmos donos, receberam da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos quatro anos, mais de R$ 6 milhões.
Os investigadores que trabalham no caso há seis meses descobriram que uma das empresas recebeu cerca de R$ 2,5 milhões durante 1 ano e meio sem ter qualquer tipo de contrato firmado com a prefeitura de arraial do Cabo (G1)