

A Assembleia Legislativa (Alerj) deu o primeiro passo nesta quarta-feira (10), para iniciar o processo de impeachment do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). O presidente da Casa, André Ceciliano (PT), poderia tomar a decisão sozinho, mas ao levar o requerimento ao plenário que contou com o apoio de 69 dos 70 deputados, deu um forte recado ao Palácio Guanabara

“Eu poderia monocraticamente aceitar um desses pedidos, mas quero tomar a decisão em conjunto com o plenário, lembrando que isso não é um pré-julgamento”, disse Ceciliano, ao abrir a votação.
Nem mesmo quem já cerrou fileiras com o ex-juiz mostrou-se disposto a barrar o processo que pode enterrar suas pretensões políticas.
Márcio Pacheco (PSC), que até o dia 29 era líder do governo, votou a favor da instauração da comissão especial que irá analisar a admissibilidade da denúncia.
Rodrigo Amorim, que desde o início da legislatura se comportava como líder informal de Witzel, e Alexandre Knoploch, que trabalhou com Márcio Pacheco em favor do governo, também marcaram o sim.
O único que não votou foi Rosenverg Reis (MDB). Marcos Abrahão não respondeu à primeira chamada, mas votou pelo grupo de WhatsApp.
Ao todo, foram apresentadas 14 pedidos de afastamento. O mais recente, protocolado nesta quarta-feira (10), é do deputado Renan Ferreirinha (PSB), que incluiu o resultado de suas vistorias às obras dos hospitais de campanha e as críticas do TCE às contas estaduais de 2019. A bancada do PSOL e os bolsonaristas também fizeram os seus.
Os partidos terão 48 horas para indicarem os seus representantes para a comissão do impeachment, que terá outros dois dias para eleger o presidente e o relator. O governador será notificado a apresentar a defesa em até dez sessões.
Ao fim do prazo, a comissão elabora o parecer, que será lido e votado em plenário.
Se os deputados aceitarem a denúncia (por maioria absoluta, ou seja, mais de dois terços do plenário), Witzel será afastado do cargo e será formado um tribunal misto para julgá-lo com representantes da Assembleia e do Tribunal de Justiça.
