Agentes da Polícia Federal estão nas ruas do rio de Janeiro para cumprir nove mandatos de prisão e 32 de busca e apreensão expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas. O ex-secretário nacional de Justiça, o procurador aposentado Astério Pereira dos Santos foi preso na manhã desta quinta-feira (05), na sua casa no Leblon, bairro nobre da Zona Sul carioca.
Astério está preso na Polícia Federal do Rio
Astério, que foi secretário de Administração Penitenciária no governo Rosinha Garotinho, é suspeito de lavagem de dinheiro e de ter ajudado na fuga do empresário Arthur Cesar de Meneses Soares Filho, o Rei Arthur.
Dos nove mandatos de prisão, os policiais federais também procuram o filho de Astério; Carlson Ruy Ferreira, apontado como sócio do ex-secretário; e um delegado de Polícia Civil do Rio.
Rio-Brasília
Procurador aposentado do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Astério integrou o governo de Michel Temer (MDB) em 2017. Assumiu em março e pediu demissão em novembro daquele ano.
Para ocupar o cargo federal, Astério se aposentou do MPRJ -- condição em que perdeu o foro privilegiado. Com isso, o inquérito foi enviado para a primeira instância, onde Bretas atua.
No governo de Rosinha Garotinho, entre 2003 e 2006, foi secretário de estado de Administração Penitenciária (Seap). É sobre a gestão das cadeias do RJ que versam as suspeitas de lavagem de dinheiro.
Lava Jato no MPRJ
Astério é o terceiro integrante do MPRJ alvo de mandado na Lava Jato fluminense. A força-tarefa já investigou e prendeu Cláudio Lopes e Flávio Bonazza.
Lopes, ex-procurador geral de Justiça do estado, é suspeito de receber mesada da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral que cumpre pena de quase 300 anos no Complexo de Gericinó.
Já Bonazza, segundo a denúncia, recebia R$ 60 mil de mesada de empresários de ônibus para agir, dentro do MP, em benefício do setor -- como arquivar processos.