Quem vive de passado é museu, mas é sempre bom relembrar os bons tempos, quando as rádios do Rio de Janeiro davam show de audiência com comunicadores e profissionais de jornalismo de ponta. O sinal das emissoras ecoava também em outros estados
Armando Anache, Gilson Barcellos e Márcia Carmo (foto arquivo A.Anache)
Em 1987, a exemplo do que ocorria nos estádios de futebol, o público da Marquês de Sapucaí assistia os desfiles das escolas de samba com o famoso radinho de pilha colado no ouvido.
Repórteres postados em vários pontos da passarela davam show de informações e entrevistas.
O Sistema Globo de Rádio colocava na passarela do samba um time fortíssimo de âncoras e repórteres. Como exemplo, Armando Anache (primeiro repórter do Brasil a usar microfone sem fio), hoje comandando com sucesso a sua Rádio Independente de Aquidauana em Mato Grosso do Sul, e Márcia Carmo, que vem atuando nos últimos anos na BBC em Buenos Aires.
Aposentado, toco o barco (como diria o saudoso amigo Ricardo Boechat), com o portal gbnews.com.br e o jornal impresso GBNEWS.
Naquela época, a Rádio Tropical FM sob o comando de Armando Campos, era uma das maiores audiências na cobertura do samba. Tudo começava com uma equipe forte de repórteres nos ensaios das agremiações e terminava com a festa da escola campeã. A convite tive o privilégio de ser o repórter especial da Tropical FM na cobertura em 87, com autorização do alto comando do Sistema Globo de Rádio onde tinha contrato desde 1978 como editor de jornalismo.
Em 1987, a grande campeã do carnaval carioca foi a Estação Primeira da Mangueira, que com o enredo “No reino das palavras, Carlos Drummond de Andrade” obteve 223 pontos. Em 2º ficou a mocidade Independente de Padre Miguel que apresentou o enredo “Tupinicópolis” e em 3º, a minha escola de coração, a Império Serrano que levantou a Sapucaí com o enredo “Com a boca no mundo, quem não se comunica se trumbica”.
Hoje, somente as rádios Tupi e 94.1FM (Roquete Pinto) têm presença marcante na Marquês de Sapucaí, graças aos seus competentes profissionais do jornalismo. Como exemplo, a Rádio 94.1FM tem um time fortíssimo de profissionais, em outro patamar como diria Bruno Henrique, comandados pelos amigos Robson Aldir, Miro Ribeiro e Adelzon Alves.
Quanto ao Sistema Globo de Rádio está no fundo do poço, devido a incompetência e mediocridade instaladas nas emissoras de Roberto Marinho, que de onde estiver deve estar bufando de raiva.
