Acabou o casamento político entre o PSL do senador Bolsonaro e o governador Witzel
Cheirinho de traição no ar. Com as articulações políticas visando as eleições de 2020 e 2022, muitos parlamentares estão se sentindo traídos, desconfortados e buscam até a justiça para se desfiliar da agremiação sem perder o mandato. No Rio de Janeiro, o PSL do clã Bolsonaro não gostou das declarações de Wilson Witzel (PSC) e parte para a oposição ao governo estadual.
Nesta segunda-feira (16), os 12 deputados estaduais do PSL vão se reunir na Assembleia Legislativa (Alerj) com o objetivo de romper com Wilson Witzel. Eles vão cumprir a ordem vinda de Brasília e passar para a oposição ao governo do Estado do Rio de Janeiro.
Maior bancada da Alerj não vai mais apoiar o governo do estado
O presidente da legenda no Rio de Janeiro, senador Flávio Bolsonaro, não gostou das declarações de Witzel de que ele teria sido eleito pelo que é, por sua história, e "não pelo apoio de Bolsonaro" nas eleições de 2018. Ainda na entrevista, na quarta-feira passada, o ex-juiz confirmou que será candidato à presidência da República.
A postura do governador foi considerada uma grave traição e as dezenas de cargos que o PSL tem no governo serão devolvidos, além da recém criada Secretaria de Estado de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência comandada pela deputada federal Major Fabiana, e a Secretaria de Ciência e Tecnologia, cujo titular é o deputado Leonardo Rodrigues
Na disputa pelo governo estadual em 2018, o então desconhecido ex-juiz Wilson Witzel aparecia nas pesquisas de intenção de votos em 6º lugar. Bastou dizer que apoiava Jair Bolsonaro para pular para 1º lugar, deixando para traz Eduardo Paes (DEM), senador Romário Farias (Podemos), Indio da Costa (PSD) e outros.
O governador Wilson Witzel chega amanhã ao Rio, procedente de Paris, e vai logo procurar o presidente Jair Bolsonaro, seu futuro adversário das eleições de 2022. Witzel teme que o governo federal feche as torneiras para o Rio de Janeiro.
Tucanada
Luiz Paulo aguarda decisão da justiça para deixar o ninho tucano
Segundo a colunista Berenice Seara, do jornal Extra, o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha não engoliu mesmo a chegada dos novos dirigentes do PSDB.
Entrou com um processo na Justiça Eleitoral pedindo, por justa causa, a desfiliação do partido onde milita há 26 anos, com base em "mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário" — para evitar perder o mandato de deputado estadual.
Na petição, o político afirma que a intervenção no diretório estadual — com a nomeação de Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL) — se deu de "forma autoritária, abrupta e violenta". Ele ainda alega não ter sido convocado e nem mesmo avisado sobre três reuniões deliberativas da legenda, o que constituiria "grave discriminação política".
Chamando o "novo" PSDB (com direito a logomarca e tudo) de uma "sucursal do PSL", o decano da Assembleia Legislativa nega estar — por enquanto — em busca de novo ninho.
"Não vou, por ora, para partido algum. Caso receba uma resposta positiva da ação no TRE, sairei do partido. Caso contrário, continuarei no PSDB como dissidência à direção imposta que negou a história do partido e rasgou o seu estatuto de forma autoritária", afirma.
O parlamentar que quiser deixar o partido sem perder o mandato tem que esperar até abril de 2020, quando será aberta a janela do troca-troca.
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