Ranking foi divulgado pela ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC) nesta quinta-feira (4). Os dois assassinatos foram cometidos em Maricá, entre maio e junho. A UNESCO também se manifestou pedindo o fim da impunidade
Os jornalistas Robson Giorno (O Maricá) e Romário Barros (LSM) foram executados a tiros, em menos de um mês (maio/junho) no município de Maricá, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ao todo, 38 jornalistas morreram em 20 países neste período.
O ranking foi divulgado pela ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC). Brasil ocupa a 4ª posição:
México – 9 mortes
Afeganistão – 6 mortes
Paquistão – 4 mortes
Brasil e Colômbia – 2 mortes
No mesmo período do ano passado, 66 jornalistas morreram em 22 países. Na ocasião, o Brasil apareceu na 7ª posição, com três mortes.
Veja o ranking de 2018.
Afeganistão – 11 mortes
México – 8 mortes
Síria – 7 mortes
Estados Unidos da América (EUA) – 6 mortes
Iêmen – 5 mortes
Índia – 4 mortes
Brasil – 7 mortes
Robson Giorno (45 anos, casado) foi assassinado na porta de casa no bairro Boqueirão no dia 25 de maio. Filiado ao partido Avante, Giorno pretendia disputar a prefeitura na eleição de 2020. Ela dono do portal de notícias e do jornal O Maricá.
Romário Barros (31 anos, casado) dono do portal de notícias Lei Seca Maricá (LSM), foi morto dentro do carro na orla da Lagoa de Araçatiba, Centro, no dia 18 de junho.
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Nesta quarta-feira (3), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) se manifestou denunciando e condenando os assassinatos.
Na nota, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, pediu o fim da impunidade, lembrando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos “reconhece a liberdade de expressão como um direito humano fundamental”.
Os dois crimes são investigados pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Nesta quinta-feira (4), questionada se alguém foi preso, se as mortes dos jornalistas têm relação e se a motivação dos crimes foi descoberta, a Polícia Civil disse que ainda não há informações a serem divulgadas.
Instituições repudiam crimes
Diversas instituições que defendem a classe jornalística se manifestaram contra os crimes ocorridos em Maricá: Associação de Imprensa de Maricá (AIM) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiram nota pedindo celeridade na investigação; o Programa Tim Lopes, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), acompanha as investigações e apura se as duas mortes são retaliações e se têm relação com a profissão das vítimas; a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também se manifestou sobre os assassinatos: “Assim como o assassinato de Robson Giorno, é evidente que Romário Basrros também foi vítima de um crime premeditado, configurando execução”.