Mesmo sendo um município rico graças aos royalties do petróleo com arrecadação anual em torno de R$ 2 bilhões, a saúde de Maricá vem recebendo críticas pesadas não só da população e da mídia local, mas também de vereadores oposicionistas e até governistas. Na Câmara Municipal o próprio presidente da Casa, que é do PT, partido do prefeito, em algumas sessões chamava a gestão da Secretaria de Saúde de incompetente, que ele estava de "saco cheio" de receber denúncias e que a secretária poderia ser convocada para dar explicações sobre o atendimento e falta de medicamentos nos postos e no Hospital Municipal Conde Modesto Leal
Nesta terça-feira (16), a imprensa local denunciou que Sérgio Estevão da Silva, 45 anos, internado no domingo (14), teria morrido no Hospital Conde Modesto Leal engasgado com um pedaço de pão durante o café da manhã. A irmã de Sérgio, Solange, denunciou que ele agonizou até morrer, sem ninguém para socorrê-lo. Procurada, a secretária Solange Costa disse que não sabia de nada e que iria apurar.
Na noite desta terça-feira, às 22h32, o GBNEWS recebeu uma nota da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Maricá sobre a morte de Sérgio Estevão, embora não tenha mencionado seu nome. Diz a nota:
"A Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, abriu sindicância para apurar as circunstâncias da morte, esta manhã (16/04), de um paciente internado no Hospital Conde Modesto Leal. O paciente, um homem, deu entrada na noite de domingo, sem qualquer identificação, com ferimentos nas mãos e pernas, possivelmente decorrentes de agressão.
A equipe de plantão constatou que o paciente também tinha um quadro compatível com síndrome de abstinência de álcool ou química. O atendimento foi feito de acordo com o que era recomendado para tal quadro. Na manhã desta terça-feira, no entanto, o paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi assistido e entubado - o que descarta qualquer possibilidade de sufocamento por objeto estranho - mas após quarenta minutos de tentativas de ressuscitação cárdiopulmonar não resistiu e veio a falecer. A sindicância visa a apurar não só a causa real da morte, mas também o fato de ter sido emitido um atestado de óbito com “causa indeterminada” apesar dos sinais evidentes de agressão e do possível quadro de abstinência. O procedimento correto prevê o envio do corpo para o Instituto Médico Legal de forma a ser feita a necropsia. A secretaria deverá tomar tal medida, por considerar fundamental o cumprimento dos protocolos legais”, conclui a nota.
A sessão ordinária desta quarta-feira (17) da Câmara Municipal de Maricá, que começa às 10 h, com certeza terá como foco principal a saúde.