A festa em homenagem à Santa Sara de Kali, padroeira universal dos ciganos, foi reconhecida como patrimônio cultural de Saquarema, em projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pela prefeita do município, Manoela Ramos de Souza Alves (Podemos) – Lei nº 1788, de 29 de janeiro de 2019
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Os dias dedicados à santa são 24 e 25 de maio, porém a festa acontece no dia 25 de maio, na Casa do Sopão, espaço sócio cultural, no distrito de Barra Nova. O organizador do evento, Nataelson Dely, conta que já tem mais de dois mil acessos pela internet. “A cada ano, a procura pela festa aumenta. Vem gente do Rio de Janeiro, Niterói, Cabo Frio e até de outros estados. Ano passado, foi registrada a presença de mais de 700 pessoas”.
Ponto alto
Um dos pontos altos da festa, além da procissão e da missa oficiada pelo bispo da Igreja Católica Brasileira, é a coreografia montada pela professora de dança cigana, Cecília Bastos, com suas alunas. Um painel pintado à mão pela artista plástica Ana Cristina Ferreira, representando Santa Sara saindo das águas, dá início ao espetáculo, com uma trilha sonora mixada especialmente para o evento. Após a dança das águas e do vento, vem a dança das taças e a dança do fogo, fechando o ciclo dos quatro elementos naturais.
A temática deste ano é “Pedras Preciosas”. Cada guardiã se apresentará com roupas ciganas de uma determinada cor, representando uma pedra preciosa: ametista, topázio, esmeralda, água marinha, rubi, e assim por diante. Acompanhando a trilha sonora, apresentarão taças com pedras da cor respectiva. Em seguida, tomarão as tochas fincadas ao redor da fogueira, fazendo movimentos em homenagem a esse elemento. Ao final, cada um tomará uma cesta e entregará presentes ao público, como lembrança da festa.
Estandes e barracas de artesanato cigano e comidas típicas serão montadas para atender o público. Foram encomendados fogos de artifício, que embelezarão o céu e darão mais brilho à festa, assim como a fogueira cigana, que será acesa de forma automática ao evento.
Histórico
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com a escrava Sara, foram condenados por sua fé e atirados ao mar, em uma barca sem remos e sem provisões. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Sara, então, retirou seu lenço da cabeça e clamou por Jesus, prometendo que, se todos se salvassem, ela serviria eternamente a Cristo, e jamais andaria com a cabeça descoberta, em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rône, hoje Saint-Marie-de-La-Mer, no Sul da França. Por ser escrava e negra, ao aportar não foi acolhida como os outros de seu barco. Um grupo de ciganos a encontrou e, penalizados, a acolheram. Conta-se que Sara operou milagres naquela comunidade e, por isso, ao morrer, foi cultuada como padroeira do povo cigano. Segundo o livro da cigana Miriam Stanescon, “provavelmente nasceu do gesto de Sara Kali, a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço à cabeça, considerado a peça mais importante de seu vestuário”.
Serviço:
O acesso à Casa do Sopão pode ser feito pela estrada Ponta Negra/Jaconé (entrar 400 metros à esquerda após o Centro de Treinamento Brasileiro de Vôlei), ou por Bacaxá, pela Estrada Litorânea.
O ingresso para a festa, que começa às 18h, custa R$ 20,00 (vinte reais), e a mesa para quatro pessoas, R$ 50,00 (cinquenta reais). Contatos antecipados pelo telefone (Zap – 022) 997691712 – Natan).