No espírito de alegria do carnaval, a rede de Saúde Mental realizou, nesta semana, o ensaio do ano do bloco Loucos Pela Vida, na Praça Leoni Ramos, no Gragoatá. Em 2019, o grupo desfila dia 21 de fevereiro, com concentração às 15h na Praça Arariboia
Dentro da lógica antimanicomial e de reinserção do paciente da Saúde Mental na sociedade, o enredo desse ano é “Nise da Silveira, Uma História de Amor: Heroína da Resistência, Humana e Mulher”. Nise foi a psiquiatra pioneira no trato humanizado com os pacientes, utilizando da arte e da cultura como ferramentas fundamentais no tratamento. Como demonstração que o trabalho na Saúde Mental é de integração entre profissionais e usuários, o samba foi composto em conjunto por Angela Carvalho, Paulo Fernando e Miguel Fonseca.
“Sou mangueirense e o samba é a minha vida, minha alegria. Lembro até hoje da minha mãe cantando sambas para mim”, recordou Paulo, que tem mais de 100 composições a espera de serem registradas digitalmente e, em breve, serem lançadas também em disco e livro. Em 2018, a parceria de Angela com Paulo foi vencedora de outro samba sobre Nise da Silveira, composto para o Loucura Suburbana, bloco da Saúde Mental que sai há 18 anos no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. No dia 21, o bloco Loucos Pela Vida desfila acompanhado pela bateria do Mestre Batico (Bicho Solto) e do Mestre Careca (Império do Preventório). O desfile vai contar, ainda, com concurso de fantasia.
Segundo o organizador do Loucos Pela Vida, Francisco Protasio, atividades recreativas como essas são essenciais para o tratamento dos pacientes. “A saúde tem que ser vista em seu sentido mais amplo, valorizando a ocupação dos espaços e levando ao exercício da cidadania”, defendeu.
