Senador eleito Flávio preocupa o pai presidente da República Jair Bolsonaro
O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) que tinha aberto uma guerra contra alguns veículos de comunicação que, segundo ele, fizeram de tudo para derrotá-lo nas eleições de outubro de 2018, divulgando fake news, até agora está perdendo uma batalha. A TV Globo não está deixando dormir direito o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente que ameaçou cortar verbas publicitárias do governo federal para rádios, jornais e tvs.
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As denúncias começaram com o assessor Queiros, que movimentou mais de R$ 1 milhão na sua conta bancária e até agora não se explicou. Outras denúncias contra o filho do presidente da República também surgiram nos últimos dias, como depósitos seguidos com intervalos de minutos de R$ 2 mil.
Agora, a TV Globo no Jornal Nacional deste sábado (19) jogou mais lenha na fogueira. Segundo a reportagem, o Coaf mostrou que Flávio Bolsonaro pagou título de R$ 1 milhão, mas não conseguiu identificar o favorecido.
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostra que o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pagou um título bancário da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 1.016.839. Não há data e nenhum outro detalhe da transação.
De acordo com o relatório do Coaf divulgado pela TV Globo, Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil em dinheiro em sua conta pessoal no intervalo de um mês em 2017. Segundo o documento, as transações, que somaram R$ 96 mil, foram feitas no caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro entre junho e julho daquele ano. A suspeita, segundo a reportagem, é de que funcionários do gabinete de Flávio devolviam parte dos salários, numa operação conhecida como "rachadinha".
As operações na conta do senador eleito são semelhantes às feitas por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, que movimentou R$ 1,2 milhão em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
A investigação sobre a movimentação financeira de Queiroz foi iniciada há seis meses e tem como foco de apuração a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou "ocultação de bens, direitos e valores".
O documento foi produzido por técnicos do Coaf há um ano, em janeiro de 2018, e anexado aos autos da Operação Furna da Onça - que em novembro do ano passado prendeu dez deputados estaduais do Rio suspeitos de receberem propina.
Na última quinta-feira (17), o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu a um pedido de Flávio Bolsonaro e determinou a suspensão da investigação. O relator do caso, Marco Aurélio Mello, vai analisar a reclamação do senador eleito e já indicou que deve negar o pedido após o fim do recesso do Judiciário em fevereiro.