Durante concorrida e tumultuada sessão com galerias lotadas, realizada na tarde desta quarta-feira (12), vereadores de Niterói rejeitaram os três processos solicitando a abertura de impeachment contra o mandato do prefeito Rodrigo Neves (PDT). Os pedidos são assinados por Maurício Carvalho Martins, do grupo Advogados Pela Liberdade, e por Leonardo Almendra Honorato, do Movimento Brasil Livre. Por orientação da Procuradoria-Geral da Casa, as peças processuais foram juntadas por conta da similaridade dos temas. Ainda durante a tarde, um novo pedido, protocolado pelo presidente do PSOL de Niterói, Thiago Melo, deu entrada na Câmara e também apensada aos outros dois por decisão da maioria dos vereadores em plenário
fotos Sergio Gomes
Vereador Carlos Jordy (PSL) votou a favor do impeachment de Rodrigo Neves
O placar da votação foi de três votos pela abertura do processo e 12 contra e uma abstenção da vereadora Talíria Petrone (PSOL). Votaram a favor da abertura da investigação os vereadores Bruno Lessa (PSDB), Carlos Jordy (PSL) e Paulo Eduardo Gomes (PSOL). Não estavam presentes os vereadores Paulo Bagueira (SDD), que está respondendo pela Prefeitura, Leandro Portugal (PV), Betinho (SDD) e Renatinho da Oficina (PTB). O vereador Milton Cal não votou por estar presidindo a sessão.
Milton Cal presidiu sua primeira sessão substituindo o titular Bagueira
Mais cedo, o presidente em exercício do Legislativo, Milton Carlos Lopes (PP), o Cal, enviou dois ofícios solicitando informações sobre as investigações que levaram a suspensão do mandato do prefeito Rodrigo Neves. Os documentos foram expedidos aos desembargadores Luiz Noronha Dantas, relator do processo investigatório, e a José Eduardo Ciotola Gussem, procurador-geral de justiça do Ministério Público (MP).
Num dos documentos, o presidente da Câmara acusa o recebimento do ofício do MP e solicita “acesso aos elementos que levaram ao acolhimento do requerimento formulado pela Promotoria”. A Câmara, em decisão tomada pela Mesa Diretora com consenso de todos os vereadores, pede que a Justiça “compartilhe com o Legislativo os elementos que serviram de alicerce para a decisão que determinou seu afastamento”. Conclui ressaltando que “o pleito é indispensável ao exame das referidas denúncias”.
O prefeito Rodrigo Neves (PDT) está preso desde segunda-feira (12) na Cadeia Pública de Benfica, Zona Portuária do Rio, acusado de formação de quadrilha e4 corrupção. Foi preso em casa, no bairro Santa Rosa, na Operação Alameda, desmembramento da Operação Lava Jato.