Assustados com a onda de assaltos em Niterói, os comerciantes da cidade se reuniram na sexta-feira (27) para discutir o problema e voltar a cobrar providências às autoridades. O encontro foi na Câmara de Diretores Lojistas (CDL) com a presença dos representantes dos pólos gastronômicos de Niterói (o segmento mais visado pelos assaltantes nos últimos dias), da Polícia Militar e da Polícia Civil. Os comerciantes também pediram audiência ao Secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes
-- O comércio não agüenta mais. Ouvimos falar de planejamento, mas não estamos vendo ações. Houve uma queda de 60% no movimento dos bares e restaurantes. As pessoas estão com medo, precisamos de uma ação agora, já, e não em longo prazo. Caso contrário, teremos muitos estabelecimentos fechados, causando desemprego e com isto piorando a situação econômica da cidade – advertiu o presidente do CDL, Luís Vieira.
Para o líder dos comerciantes, não basta ampliarem o número de câmeras na cidade porque, segundo ele, os bandidos não respeitam mais:
-- As câmeras são úteis para a investigação após a ocorrência do crime. O que precisamos é de investigações por parte da Polícia Civil e policiamento ostensivo, com boa visibilidade, por parte da Polícia Militar, para evitar que o crime aconteça. Somente a sensação de segurança fará com que a população volte ao hábito de freqüentar lugares que deixou de ir por causa do medo – previu Vieira.
Representantes do pólo gastronômico de Charitas e São Francisco estiveram presentes no encontro. A comunidade local já teve três reuniões com a Polícia Militar, mas nenhuma medida efetiva para melhorar a segurança foi adotada. A Base Integrada da Polícia Militar e da Guarda Municipal da Avenida Rui Barbosa, em frente à Caixa Econômica, está fechada. O local, segundo a promessa da PM, seria usado como ponto base das patrulhas que fariam o policiamento dos dois bairros. Não estão sendo usadas em Charitas e São Francisco as duas motos que foram doadas ao 12º BPM. O mesmo ocorreu com as oito bicicletas também doadas pelo pólo gastronômico. Estão paradas por falta de efetivo.
-- O comércio está ajudando as delegacias e a Polícia Militar. Mas há um clima geral de medo que precisa acabar. As autoridades precisam analisar o problema e tomar iniciativas. Não queremos mais promessas, mas medidas concretas para devolver a Niterói que nós queremos – concluiu Luís Vieira, que é procurado quase que todos os dias pela imprensa para falar sobre a onda de assaltos no comércio de Niterói.