O ano legislativo na cidade do litoral fluminense, Maricá, começou hoje (19) de manhã, com a leitura cansativa de dezenas de indicações legislativas, como poda de árvores, instalação de quebra mola, tapa-buraco etc. Mas o tema principal foi a intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro, com vereadores favoráveis ao extermínio da bandidagem. Apenas um vereador faltou, Bubute (PV) alegando compromissos políticos, como se uma sessão da Câmara não o fosse
fotos agência GBNEWS
Dos 17 vereadores apenas um faltou a sessão ordinária que abriu o ano legislativo em Maricá
Os 16 parlamentares presentes concordam com o risco de criminosos oriundos do Rio se deslocarem para Maricá. Esta preocupação foi reportada pelo GBNEWS no sábado (17), citando como exemplo quando a PM ocupou o complexo do Alemão no Rio, em 2012, e os marginais sufocados, fugiram para Niterói, Itaboraí, São Gonçalo e cidades da Região dos Lagos.
O pronunciamento mais marcante na sessão ordinária desta segunda-feira, a 1ª de 2018, foi do democrata Felipe Poubel.
“Tem que matar vagabundo. Chega de político defendendo direitos humanos para vagabundo. Sou a favor da intervenção federal na segurança do estado. A sensação é de insegurança em Maricá”, disse Poubel que esteve sábado no Palácio Guanabara, quando o presidente Michel Temer (MDB) se reuniu com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), ministros e autoridades da área de segurança pública para tratar da intervenção.
O vereador Dr. Richard (PT) sugeriu o fechamento das entradas e saídas de Maricá para inibir o acesso dos marginais, por meio de mais policiamento. Além de mais policiamento nos condomínios do Minha Casa, Minha Vida.
“Concordo com relação à deficiência do Governo, mas me gera preocupação de para onde vão esses criminosos. Acho que temos que fazer uma política de fechamento de nossas entradas porque sabemos que eles vão fugir do Rio. Precisamos ter uma política de abordagem policial. Precisamos criar barreiras para impedir que Maricá seja contaminada com maus elementos”.
O presidente da Câmara, Aldair de Linda (PT), foi incisivo ao pedir mudanças imediatas no Código Penal Brasileiro editado em 1940. Ele ainda pediu a valorização do trabalho da Polícia Militar.
“O Executivo fez sua parte até onde deu. Acho covardia o policial estar com o 13º salário atrasado. O PM prende e no dia de folga tem que ir ao fórum. O policial não tem condição de manter sua família, ele trabalha estressado e no limite. Acho que essa intervenção é para ocultar a votação da Reforma da Previdência. Eles deveriam mudar o Código Penal que é arcaico. O policial prende hoje e em 30 dias o vagabundo está solto”, afirmou o vereador petista.
O vereador mais votado da cidade e ex-presidente da Câmara, Chiquinho (PP) corroborou com a ideia do presidente. Ele ainda opinou dizendo que criminosos dispõem de equipamentos melhores que os próprios policiais.
“Salário atrasado, viaturas arrebentadas. Tem que dar condições. Nossos policiais fazem um bom trabalho, mas faltam condições. Hoje os bandidos estão mais bem armados que o policial militar”.
Ricardinho Netuno do PEN sugeriu que os militares fossem alocados nas UPPs enquanto os PMs foram redirecionados aos seus batalhões de origem.
“Teria que colocar os militares nas UPPs e os policiais em seus batalhões. Notei que depois que assinamos o Proeis, a violência está aumentando em Maricá. Não vemos mais viaturas da PM nas ruas, apenas do Proeis”.
O vereador Rony Peterson (PR) acredita que a intervenção não surte efeitos significativos.
“Não consigo enxergar nessa intervenção o propósito de atuar na segurança. Espero estar enganado. Maré, Rocinha, Alemão, qual foi o efeito prático dessas intervenções? O resultado prático foi zero. Isso é politicagem para aprovar a reforma (previdenciária) de bosta, fazendo o trabalhador de trouxa”, afirmou o vereador republicano.
O vereador Marcinho da Construção (DEM) apontou que já fez uma indicação sugerindo um sistema monitoramento via fibra ótica. “Chegamos a um ponto que ou temos um sistema de inteligência ou a criminalidade vai migrar para cá”.
O parlamentar Dr. Felipe Auni (PSD), 2º secretário da mesa diretora e presidente da Comissão de Saúde e de Turismo, pediu liberdade no trabalho da Segurança Pública no RJ.
“Temos que dar liberdade para nosso policial militar, civil, bombeiro e Exército. Eu gosto dessa frase de bandido bom é bandido morto. Não podemos seguir com esse medo. É o militar na rua mesmo”, afirmou Auni, 2º tenente da reserva do Exército.
A próxima sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Maricá será na quarta-feira (21) a partir das 10 horas.