Mais um ônibus da Viação Nossa Senhora do Amparo, que detém o monopólio do transporte intermunicipal de passageiros na ligação Maricá-Rio, foi assaltado. Virou rotina, toda semana as delegacias policiais de Benfica e de Maricá registram ocorrências de passageiros que ficaram sem celulares, dinheiro, bolsas e outros objetos sob as armas dos marginais que ameaçam o tempo todo “estourar os miolos”
Ônibus da Viação Nossa Senhora do Amparo parado na porta de uma delegacia policial é rotina
O mais impressionante é que os assaltos ocorrem, na sua maioria, na área próxima ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), na Zona Portuária carioca. Tanto indo para Maricá, quanto chegando ao Rio de Janeiro e a qualquer hora do dia.
Não consigo entender como nada é feito. Os relatos e as filmagens mostram que as ações são sempre as mesmas. Quando os ônibus chegam ao Rio, os marginais entram na altura do INTO, fazem a limpa e desaparecem. Quando os ônibus da N.S. do Amparo estão indo para Maricá, no mesmo local, “passageiros” anunciam o assalto, mandam o motorista seguir em direção a Benfica e fogem em direção a favela com o produto roubado.
Será que a polícia não percebeu que a mecânica é sempre a mesma? A Amparo que cobra uma passagem caríssima (R$20) não toma nenhuma providência? Não tem mecanismos para alertar as autoridades da segurança pública? Ninguém percebe que os ônibus com sua cor azul inconfundível, que deveriam pegar a ponte Rio-Niterói estão estranhamente seguindo em direção à Avenida Brasil?
Ontem à noite (03) o motorista de um coletivo ‘desobedeceu” as determinações dos marginais (ir em direção a Favela da Maré) e subiu a ponte Rio-Niterói. Os bandidos desceram e sumiram. Apavorados poderiam ter causado uma tragédia. O motorista que também foi assaltado, levou o ônibus para a 82ª DP (Centro de Maricá) para o registro da ocorrência.
Para fugir dessa incompetência da segurança pública e da incapacidade ou descaso da Amparo de tomar alguma uma atitude, muitos passageiros moradores de Maricá estão preferindo pegar uma barca, descer na Praça Araribóia e pegar outro ônibus da Amparo, no terminal rodoviário de Niterói e torcer para não ser assaltado na RJ-106, como também ocorre regularmente na altura do Arsenal.
Será que alguma ação efetiva somente será tomada quando acontecer uma tragédia? Estamos nos primeiros dias de 2018 e a polícia já registra o primeiro assalto a um ônibus da Viação Nossa Senhora do Amparo. Lembramos que ao apagar das luzes de 2017, passageiros e motoristas de outros dois coletivos da Amparo também foram assaltados.