Os vermelhinhos, como são chamados os ônibus da Empresa Pública de Transportes (EPT), que transportam os passageiros de graça, voltaram a circular pelas ruas de Maricá no dia 15/04, há apenas cinco meses. Nesse curto período de tempo, a EPT transportou mais de 1 milhão de passageiros. Os números impressionam sobretudo em função da proibição judicial que impede o trânsito da frota pela RJ-106. O contratempo, no entanto, não está impedindo que muitos moradores sejam beneficiados, já que desde aquela data a EPT passou a cumprir as rotas atendidas pela empresa Costa Leste – que abandonou a operação
Fotos: Elson Campos e Marcos Fabrício

“Chegamos à conclusão que em cinco meses a quantidade de passageiros passou de um milhão. Se considerarmos que população de Maricá está entre 150 mil e 160 mil habitantes, transportamos quase sete vezes dessa população rodando apenas em alguns bairros, então nosso poder de atendimento está muito bom”, avalia o consultor de operações da EPT, Renan Payer.
“Apenas na tarde desta quinta-feira (28/09), em Ubatiba, em cinco viagens foram transportados 440 passageiros. Essa quantidade também tem a ver com a confiabilidade do nosso serviço, que tem média de 10.500 passageiros transportados por dia”, assegura Payer.

“Assumimos todas as rotas do Costa Leste, além da linha do Caju e Caxito-Retiro que fazia parte da concessão deles, mas que nunca cumpriram os itinerários. Os maiores quantitativos que temos são em Ponta Negra, Lagarto e Ubatiba. Em algumas viagens são carregadas cerca de 150 pessoas”, afirma o coordenador operacional da EPT, Igor Correia. “Mas é importante ressaltar que nossos cálculos se baseiam diariamente apenas no controle das roletas, de acordo com o que foi anotado pelos motoristas. Se o ônibus estiver num horário de pico, muito cheio, as pessoas acabam não rodando essas roletas. Então o número é ainda maior”, ressaltou.
Motorista da linha para Manoel Ribeiro, José Valdir (39) falou sobre a importância de fazer parte dessa história. “Eu moro em Mesquita, fiz concurso e passei. Me apaixonei tanto pela cidade que resolvi me mudar para cá. Acho esse trabalho inovador e muito gratificante e recebo do povo normalmente aquilo que ofereço, o único problema é a falta de educação da juventude mesmo. Não costumo ter problemas no ônibus, porque os próprios passageiros intervém”, explicou, completando: “Só para você ter uma ideia, do ponto de ônibus no Caju, no Rio, até a minha casa eu só tenho a opção de um ônibus que custa R$8,00 e só passa de hora em hora”, enfatizou.

“A gente se sente gratificado por poder transportar as pessoas, garantir o ir e vir delas. Dá para ver nos olhos delas a alegria com o serviço de graça e de qualidade. Mas como todo lugar há contratempos”, completou.
Aos 63 anos, Jorge Fernando Guerra de Oliveira é responsável pela limpeza dos veículos. “Coisa linda e maravilhosa. Um emprego honesto e um projeto que está ajudando muita gente a ser feliz mais um pouco com um transporte desse público maravilhoso”, define.
Para o presidente da EPT, Fabiano Filho a demanda só estava reprimida, mas a necessidade de ir e vir da população de Maricá é real. “As pessoas que vinham uma vez só ao Centro, passaram a vir duas, três, porque não têm que pagar a viagem, era a forma que tinham de economizar dinheiro. Isso movimenta muito a economia. Os comerciantes dizem que o crescimento de vendas deles foi de 30 a 50% desde que o Vermelhinho voltou.
