A Prefeitura de Itaboraí realizará no próximo dia 21 (quinta-feira), a partir das 18h, o evento em comemoração aos 207 anos da Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres (CHAT), com exposição de vida e obra da antropóloga, indigenista e ex-diretora do Museu Nacional, Heloísa Alberto Torres. A exposição gratuita vai até o dia 2 de outubro
Foto Sandro Giron
A inauguração da exposição contará ainda com palestras e debates sobre a história da Casa de Cultura e da vida de Heloísa Alberto Torres, uma das mulheres mais importantes na história do país.
O gestor da CHAT, Sérgio Espírito Santo ressaltou a importância desta exposição, mostrando a vida e obra da grande mulher que foi Heloísa Alberto Torres. “É gratificante ver que a casa deixada por Heloísa Alberto Torres tem conseguido cumprir seu papel perante a sociedade, promovendo eventos culturais, artísticos e outros, de diversos segmentos”, frisou Sérgio.
A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres fica na Praça Marechal Floriano Peixoto, nº303, Centro. Horário de visitação, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Histórico
Nascida no Rio de Janeiro, em 17 de setembro de 1895, Heloísa Alberto Torres era a terceira filha de Alberto Torres e Maria José Xavier da Silveira. Alcançou reconhecimento internacional por seus estudos e trabalhos nas áreas de antropologia, arqueologia e etnografia do Brasil – ocupando os principais cargos na área, inclusive o de Diretora do Museu Nacional.
Passou parte da infância em Petrópolis, durante a gestão de Alberto Torres como presidente do Estado do Rio de Janeiro, quando foi aluna interna do Colégio Notre-Dame de Sion. Adquiriu diversos conhecimentos humanísticos e linguísticos, sendo fluente em inglês e francês. Em uma de suas três viagens à Europa, durante a adolescência, escapou da morte em um naufrágio, ocorrido em 1907, em Lisboa.
Ingressou no Museu Nacional em 1918, quase um ano após o falecimento do pai, trabalhando como assistente do professor Roquete Pinto. Heloísa Alberto Torres, desde muito jovem, conviveu com alguns dos principais intelectuais brasileiros, amigos de Alberto Torres, como Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Alberto de Oliveira e Nilo Peçanha. Foi fortemente influenciada por Roquete Pinto e pelo desbravador Marechal Rondon.
Em sua carreira, foi professora da Divisão de Antropologia, Etnografia e Arqueologia, membro do Conselho das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil, diretora do Museu Nacional, nomeada por Getúlio Vargas em 1938 (cargo que exerceu até 1955), professora de Antropologia na Universidade do Distrito Federal e na Faculdade de Filosofia do Instituto Lafayete (atual UERJ), entre outros. Foi uma das pioneiras da luta pelos direitos das mulheres no Brasil e representante do país em diversas Conferências e Entidades Culturais no exterior.
Aos 81 anos, em 23 de fevereiro de 1977, numa noite quente de verão, Heloísa Alberto Torres faleceu, vítima de insuficiência respiratória aguda. Seu corpo foi sepultado no mausoléu da família Torres, no Cemitério de Porto das Caixas. Como era seu desejo em vida, o sobrado colonial em que residiu durante os últimos anos de vida, ao lado de sua irmã Marieta, em Itaboraí, foi doado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e funciona hoje como a Casa de Cultura da cidade.