
Graças a delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Jonas Lopes, a Polícia Federal está cumprindo oito mandados de prisão na área de transportes no Rio, Paraná e Santa Catarina. Os empresários de ônibus teriam pago R$ 260 milhões de propina a políticos do Estado do Rio. A operação de hoje é denominada Ponto Final.

Ontem à noite a Força-Tarefa da Lava Jato antecipou parte da operação e prendeu um dos maiores empresários de ônibus do Rio. Jacob Barata Filho estava no saguão de embarque do Aeroporto Internacional Tom Jobim com passagem apenas de ida para Portugal. Os policiais acreditam que ele tenha sido avisado de que seria preso e tentava fugir.

Agora de manhã, foi preso no seu apartamento na Lagoa Rodrigo de Freitas, área nobre da Zona Sul carioca, o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira. O empresário já havia sido levado em condução coercitiva em outra operação da Lava Jato, mas desta vez tem um mandado de prisão contra ele.

Em Florianópolis, Santa Catarina, a Polícia Federal prendeu Rogério Onofre, ex-prefeito da cidade fluminense de Três Rios e ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro), órgão da Secretaria de Transportes do Estado do Rio. Os agentes também cumprem mandados de busca e apreensão no Leblon, Zona Sul do Rio, em imóveis de Onofre, que trabalhou no governo do Estado a convite do ex-governador Sergio Cabral, já preso e condenado pela Justiça num dos inúmeros processos que responde. Onofre recebeu dos empresários de ônibus do Rio, R$ 40 milhões em propinas.
De acordo com as investigações, foram rastreados R$ 260 milhões em propina pagos pelos investigados a políticos do estado. Agentes também fazem buscas nas cidades de São Gonçalo e Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro.
