fotos Sandro Giron
O Palacete Visconde de Itaboraí, uma construção estimada entre os anos de 1803 e 1810 e atual sede da Prefeitura de Itaboraí, localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, recebeu desde a última semana, intervenções na fachada principal. As obras com previsão de término ainda esta semana tiveram origem na contrapartida com a Rede Globo, durante a gravação da novela Babilônia, no ano de 2015, devido ao uso de imagem da fachada principal do Palacete e do entorno da Praça.
Quase dois anos após a novela ser gravada, os serviços iniciaram com autorização formal do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sem nenhum custo financeiro aos cofres municipais, sendo a contratação da empresa direto com a emissora.
Segundo o arquiteto da Prefeitura de Itaboraí, Milton Duarte, na época foi estabelecida uma contrapartida entre a emissora e a prefeitura para intervenções na fachada principal. Havia uma pequena verba para cenografia, para “disfarçar” os defeitos existentes da edificação, uma vez que a direção da novela não aceitou fazer as correções via computação gráfica. Tal intervenção não foi autorizada pelo Patrimônio Histórico Municipal, pois a probabilidade das intervenções de caráter meramente cenográficas, agravarem as patologias existentes era enorme.
“Conversamos com a Rede Globo e solicitamos a emissora à adequação do mesmo valor em uma intervenção de limpeza geral e recomposição pontual de argamassas e ornamentos somente da fachada principal (sem intervenção em telhado, esquadrias e cantaria) a ser realizada por empresa com acervo técnico comprovado na realização de projetos e obras em bens tombados pelo IPHAN e Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC)”, frisou Milton Duarte.
Palacete Visconde de Itaboraí
Breve Histórico
Construído provavelmente entre 1803 e 1810, foi residência do Visconde de Itaboraí – primeiro presidente da Província do Rio de Janeiro e ministro por mais de dez vezes – e servia de hospedagem a família real quando em visita a Itaboraí.
Típico sobrado do fim século XVIII, tombado como Patrimônio Nacional pelo IPHAN, em 1964, foi desapropriado e declarado de utilidade pública pela prefeitura em 1966, passando a ser casa de caridade. Dois anos depois, o prédio sofreu um incêndio, ficando em estado de ruínas, sendo doado então ao governo estadual, que nele realizou obras de reconstrução, adaptando-o intensamente ao seu novo uso como Fórum, cuja inauguração se deu em 1974. Após ampla reforma, em 2000, o prédio passou a ser a sede do Poder Executivo Municipal.