
As escolas de samba de Maricá estão solidárias as agremiações do Rio de Janeiro que ameaçam não desfilar no carnaval de 2018, caso o prefeito Marcelo Crivella (PRB) mantenha a decisão de cortar pela metade a verba pública de subvenção. Sambistas do Rio começaram a compartilhar um cartaz chamando a população para as ruas, com frases com versos da música “Não deixe o samba morrer/ Não deixe o samba acabar” em fundo preto, simbolizando uma espécie de luto. Profissionais estão convocando para uma “batucada” na porta da sede do governo do Rio, amanhã, sábado a partir das 15 horas. Enquanto o prefeito do Rio quer acabar com as escolas de samba, em Maricá acontece o inverso. A cultura retorna à passarela do samba no "Carnaval Fora de Época".
Marcelo Crivella que por força de sua religião (é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus) já demonstrou que não é adepto ao carnaval. Neste primeiro ano como prefeito, foi para a África do Sul deixando seu vice comandar a cidade durante o período carnavalesco. Marcelo Crivella está confundindo as coisas. Não é prefeito da IURD, e sim do Rio de Janeiro, a capital mundial do samba.
Com o argumento de que precisa de mais dinheiro para manter creches, decidiu anunciar a redução da subvenção das escolas de samba. Crivella ignora que o carnaval do Rio é conhecido mundialmente, que gera milhares de empregos o ano inteiro, que atrai turistas de todas as partes do planeta terra e que aumenta substancialmente a ocupação hoteleira e a arrecadação do município. Ele e a sua religião não aceitam o carnaval.
O presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba), Jorge Castanheira anunciou que com essa redução do subsídio, as escolas do grupo especial União da Ilha, Mocidade, São Clemente, Mangueira e Unidos da Tijuca ameaçam não desfilar em 2018. Castanheira aguarda o agendamento de uma audiência com Crivella para tratar do assunto na semana que vem.

Escolas de samba mostram a cultura para o Brasil e o mundo
Segundo cálculos da Riotur, o carnaval 2017 movimentou R$ 3 bilhões. Nos dois últimos anos (2016-2017), cada escola do Grupo Especial recebeu R$ 2 milhões da prefeitura. Com o corte, esse valor passaria para R$ 1 milhão por agremiação, que corresponde ao que cada escola recebeu há dez anos, em 2008. O prefeito argumentou que precisa dos recursos, e que o corte não iria interferir tanto no evento se os sambistas forem valorizados. A economia ridícula é de R$ 12 milhões. Quanto a Prefeitura do Rio arrecada no período carnavalesco? Muito mais do que esta subvenção proposta pelo prefeito-bispo.

Inocentes de Maricá retorna em 2018 a passarela do samba
Enquanto isso, em Maricá, o prefeito Fabiano Horta (PT) quer a cultura de volta e sancionou uma lei do vereador Dr. Felipe Auni (PSD) criando o “Carnaval fora de Época”, com desfiles das escolas de samba da cidade no último final de semana de julho a partir do ano que vem.
“As escolas de samba geram emprego e renda o ano inteiro e, no período de desfiles, vão movimentar ainda mais as pousadas e hotéis de Maricá”, justificou Felipe Auni.
No governo anterior as escolas de samba de Maricá não desfilaram nos últimos oito anos.
