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Paraquedistas militares brasileiros treinam em Maricá para Mundial na Alemanha


fotos Michel Monteiro


Uma parceria da Prefeitura de Maricá com a Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA) está fazendo com que o Aeródromo Municipal de Maricá volte a chamar a atenção de moradores e curiosos. No local, desde segunda-feira, acontece o treinamento da equipe de salto livre da Força Aérea Brasileira (FAB). Os Falcões, como são conhecidos, estão se preparando para a disputa do IV Campeonato Mundial Militar, que acontece no mês de julho na Alemanha.

Vinte e cinco paraquedistas se preparam para o treinamento em Maricá


No mês passado, a equipe conquistou o bicampeonato brasileiro de paraquedismo nas modalidades Formação em Queda Livre e Precisão de Aterragem, em Boituva (SP). A cidade é considerada a meca nacional do esporte. Em Maricá, 25 paraquedistas de diferentes unidades militares se alternam na execução das modalidades Precisão de Aterragem, Estilo e Formação em Queda Livre (4-Way), ao mesmo tempo em que cumprem outras missões. O0s treinos vão até amanhã.

Segundo o major Diego Gabriel (foto), um dos motivos para a cidade ter sido escolhida foi a proximidade em relação ao Rio de Janeiro, em função da economia das horas de voo para deslocamento e lançamento. “O lugar mais próximo que usávamos para treinar era em Rezende. Maricá, além de ser mais perto do Rio e do mar, tem uma pista asfaltada sem tanto tráfego aéreo como nos grandes aeroportos. Isso é muito bom para nós”, explicou, frisando que este pode ser apenas o primeiro de muitos treinamentos da equipe na cidade.


“É a primeira vez que estamos operando aqui. Se todas as saídas e decolagens gerarem como esperamos, vamos voltar no final do mês entre os dias 26/06 e 30/06 para um novo treinamento. Ficamos à mercê do controle de tráfego aéreo. Mas se tudo correr bem, pretendemos voltar outras vezes”, completou o major.


De acordo com a gestora do aeródromo, Daniele Silvério, o local está aberto e operacional para aviação geral (aviões pequenos e de médio porte) e asas rotativas (helicópteros) desde abril de 2016, quando foi assinado o novo convênio de outorga entre o município e a Secretaria de Aviação Civil (SAC).

“Essa parceria demonstra a importância do aeródromo não só para a aviação civil, mas também para a aviação militar. Além disso, nos dá visibilidade e confirma a seriedade do nosso trabalho a partir do momento em que as Forças Armadas entendem a seriedade da nossa administração aeroportuária”, esclareceu.


“Já quebramos um paradigma. Estamos tentando lançar em Maricá desde o ano passado. Mas como não conseguimos lançar a 3.600 pés (equivalente a 10 mil metros de altura) e acabamos indo para Rezende”, completou o suboficial Joelson Andrade, quando os primeiros quatro paraquedistas saltaram da aeronave praticando a precisão de aterragem. O primeiro a acertar o alvo, marcando o 00 foi o sargento Diogo Rocha (27 anos) que pratica o salto esportivo há apenas seis meses.


“O diferente daqui é esse vento forte vindo do mar. Isso atrapalha um pouco porque quanto mais forte o vento, menor o deslocamento, ou seja, o vento muito forte, segura mais o paraquedas. Já se o vento estiver fraco, a gente pode entrar mais longo e deixar o paraquedas”, explicou.


Nesta modalidade, o também sargento Flávio Maia contou que ganha quem tiver menos pontos.

“A gente lança a sonda para ver a velocidade do vento para definir a quantos metros de distância o paraquedista vai ser lançado do alvo. É como acertar uma mosca de dois centímetros de diâmetro com tênis preparado”, disse.


“Geralmente são oito saltos, ganha quem tem menor somatório, pois é em relação à mosca, o 00”, declara o cabo Carlos Aleixo, esclarecendo que todos os paraquedas possuem um dispositivo de acionamento automático (DAA) que abre, numa determinada altura, caso o paraquedista “congele”. Ainda segundo o cabo, esse tipo de incidente ocorre no primeiro salto.


“Os ms (mestres de salto), que são os paraquedistas mais experientes, é que calculam o tempo entre o salto de cada um, para não ficar muito um em cima do outro. E o paraquedas é aberto normalmente numa curva a 300 pés do alvo, baseado no altímetro que cada um carrega no braço”, completou Aleixo.


“Não é todo mundo que sobe. Além dos quatro tripulantes (piloto, co-piloto, operador de interfone e mecânico de voo), a quantidade de paraquedistas vai depender do peso da decolagem. Então pode variar. Conforme o combustível vai acabando, pode carregar mais massa. Além disso, uma equipe precisa ficar em terra para ver as marcas que estão sendo feitas no colchão, a velocidade do vento”, adiantou o cabo Vinícius Pinna.

foto Sargento Loss

Na modalidade de estilo, realizada a partir de 7 mil pés (21 mil metros de altura), uma sequência de manobras de acordo com o que é sorteado é realizada pelos paraquedistas para a avaliação por tempo mínimo e execução de quatro grupos que incluem curva para direita, para esquerda, um looping, direita, esquerda e looping de novo, podendo mudar a ordem de execuções. Já na 4-Way (formação em queda livre com quatro paraquedistas), todos saem juntos da aeronave, acompanhados de um cinegrafista, em 35 segundos de queda livre para fazer o máximo possível de figuras pré-estabelecidas. Além dos Falcões, a CDA é responsável por selecionar, treinar e organizar outras duas equipes desportivas das forças armadas, os Cometas (Exército) e os Netunos (Marinha).

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